Redação
Em relatório feito pela Abin em conjunto com a Polícia Federal divulgado pela Globonews a ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, o homem bomba que se explodiu na frente da Praça dos Três Poderes, disse em depoimento que Francisco tinha planos de matar o ministro Alexandre de Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o homem-bomba na Praça dos Três Poderes faz parte de um contexto que se iniciou com discurso de ódio contra as instituições. Em discurso durante evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Moraes criticou a possibilidade de se anistiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Uma proposta sobre o tema está em discussão na Câmara.
— É necessário não só que nós nos unamos na defesa constante da Democracia, nas responsabilizações total de todos aqueles que atentaram contra a democracia. Porque a impunidade gera eventos como ontem, a impunidade vai gerar mais agressividade — afirmou o ministro.
Identidade do homem-bomba
Identificado como Tiü França nas redes sociais, Luiz foi candidato a vereador em sua cidade natal, Rio do Sul, Santa Catarina, nas eleições municipais de 2020. Ele teve 98 votos e não foi eleito.
Na ocasião, Luiz declarou ter um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo a posse de três veículos, uma moto e um prédio residencial de dois pavimentos na região urbana de Rio do Sul
As redes sociais de Luiz mostram ameaças a autoridades, referências a uma explosão em Brasília. O homem, que declarou à Justiça Eleitoral ser chaveiro, também postou uma foto dentro do plenário do STF, em agosto, e escreveu na legenda que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”.
Em uma das imagens postadas, ele diz que a Polícia Federal tem “72 horas” para “desarmar a bomba” e cita a casa de políticos e autoridades. Em outra, o homem cita o dia 13 de novembro, esta quarta-feira, e fala em “grande acontecimento”.
Relação com 8 de janeiro
O inquérito aberto para apurar o caso ficará a cargo do ministro Alexandre de Moraes, do STF, pois a Polícia Federal avalia que podem existir conexões com as investigações sobre os atos de 8 de janeiro e das milícias digitais. O episódio reforça o debate sobre a proteção da sede dos Três Poderes um ano e dez meses após os ataques golpistas .