Redação
Morreu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos, Evandro Teixeira, um dos mestres do fotojornalismo brasileiro. Responsável por imagens que se tornaram documentos da repressão violenta aos movimentos democráticos pelas ditaduras militares no Cone Sul, além de registros de personalidades e do cotidiano do Rio .
O fotógrafo estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, com um quadro de pneumonia.
Trajetória
Em 1963, Teixeira passou a trabalhar no Jornal do Brasil, onde permaneceria durante 47 anos. Foi lá que, documentando a Ditadura Militar iniciada em 1964, consolidou seu nome como um dos grandes do fotojornalismo brasileiro.
Entre as imagens, hoje clássicas do fotojornalismo, clicadas por Teixeira nesse período estão “Tomada do Forte de Copacabana”, tirada à noite e publicada no dia seguinte ao golpe; a queda de um motociclista da FAB em uma via pública, um registro de 1965; “Baionetas e libélulas”, de 1967; a missa em homenagem ao estudante Edson Luís, cujo assassinato, em 1968, motivou diversas mobilizações contrárias ao regime; a Passeata dos Cem Mil, também em 1968; e “Caça ao estudante” — que se imortalizou nos livros didáticos de História.
No Chile, Teixeira registrou o velório do poeta Pablo Neruda, em 1973. Foi o único fotógrafo a registrar o corpo do chileno momentos após a sua morte. Ainda na clínica em que ele morreu, Teixeira se apresentou a Matilde Urrutia, viúva do escritor, como o fotógrafo que havia registrado o seu encontro com o amigo Jorge Amado, no Brasil. Ela não apenas deixou que fizesse fotos no local como o convidou para irem à sua casa, onde o chileno seria velado.
Evandro Teixeira deixa a mulher, Marly Souza Caldas (com quem se casou em 1964), e as duas filhas, Carina e Adryana.