O sumiço de Doutor Luizinho

Redação

A julgar pelo ditado popular de quem cala consente, o deputado federal Luiz de Souza Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho (PP) deve mesmo estar conformado no buraco em que se meteu com parentes, controladora do Laboratório PCS Saleme, que esta sendo investigado pela Polícia Civil sobre a infecção por HIV a transplantados.

Desde que um dos maiores escândalos da saúde do Brasil estourou, o parlamentar não deu um pio. A não ser uma sucinta nota, semana passada, quando disse por dizer que os responsáveis pela tragédia deveriam ser punidos.

“Nem no jogo do Flamengo que aconteceu ontem em São Paulo o deputado Luizinho foi visto, onde faz questão de posar em fotos com uma roda de puxa sacos que sumiram também e não publicam mais nada nas redes em apoio a Luizinho depois que aconteceu tal fato com membros de sua família”, disse um deputado da Baixada.

Como se não existisse limite para a cara de pau, as redes sociais de Doutor Luizinho exibiram, nos últimos dias, apenas mensagens sobre osteoporose, câncer de mama e Dia do Médico. Sobre o episódio que enlameou o programa de transplantes do Brasil, nenhuma linha sequer. Aos mais próximos, o deputado confidenciou que pretende usar a velha tática de deixar o barco correr até que outros assuntos superem o que o colocou no olho do furacão e enterrou de vez sua esperança de se tornar governador do estado.

Esta semana, existe a possibilidade de a Polícia Federal e o Ministério Público lançarem seus olhos para a situação dos contratos firmados entre Organizações Sociais e o governo do estado nos últimos anos. Alguns deles, celebrados na gestão de Dr Luizinho. Sobre a contratação do PCS Saleme pela Secretaria estadual de Saúde, ocorrida três meses depois de ele deixar a pasta, a polícia apura se houve favorecimento no processo de escolha. Como o laboratório tem entre seus sócios dois parentes do parlamentar, fica difícil imaginar que isso não tenha acontecido