Escândalo com laboratório da família enterra sonho de Dr. Luizinho

Redação

O sonho virou pesadelo. Até as árvores da tradicional Praça Santos Dumont, em Nova Iguaçu, sabem que o maior desejo de Luiz Antônio Teixeira Júnior, o Doutor Luizinho, capo do Progressistas (PP), é ser governador .

As frondosas amendoeiras sabem, também, que ele fez de tudo para alcançar este objetivo: seduziu o governador Cláudio Castro e até o presidente Lula, para que recebesse a bênção de ambos.

Mas agora que estourou o maior escândalo da história no programa de transplantes do Rio, em que um laboratório de familiares seus está envolvido até o pescoço, Doutor Luizinho já se convenceu de que além de enterrar o sonho precisa urgentemente se fortalecer para não acabar sendo investigado, como seu tio e seu primo.

“Eu acho que a situação dele é bem difícil, muito mesmo. Eu diria que neste caso de transplantados infectados com HIV é batom na cueca, como se diz. Parece que teve mesmo o dedo dele na indicação do laboratório. É muita coincidência, né? Ele era secretário até setembro, três meses depois o laboratório da família ganha a licitação… O deputado terá que se explicar”, aponta um deputado estadual da Baixada, sem querer se identificar.

Líder do Progressistas na Câmara dos Deputados, Doutor Luizinho teve uma ascensão meteórica na política. De político insignificante de Nova Iguaçu, foi alçado a secretário de Saúde do estado na gestão do governador Luiz Fernando Pezão.

Nelson Bornier, ex-prefeito de Nova Iguaçu, foi quem avalizou a indicação. Mais tarde, o ex-prefeito, antes de morrer, chegou a confidenciar aos mais íntimos o arrependimento que sentia por apadrinhar Doutor Luizinho, que teria lhe virado as costas.