23 novembro 2024 - 09:45

Trinta e quatro responsáveis por incêndios criminosos no Rio são identificados

Incêndio florestal de grande dimensão atinge a Serra da Beleza, em Valença — Foto: Thiago Moreira/Divulgação

Redação

Trinta e quatro pessoas responsáveis pela série de incêndios criminosos que começaram há dez dias e devastaram 3.489 hectares em áreas de conservação no Estado do Rio já foram identificadas pela Polícia Civil, afirmou a corporação nesta sexta-feira. Nove delas já foram indiciadas — laudos periciais são aguardados para formalizar o indiciamento dos demais suspeitos. Cinco acusados foram presos.

– O custo para recuperar esses ecossistemas é incalculável, por conta das vidas que se perderam. Não temos, por exemplo, como colocar preço na vida de um animal silvestre. Isso sem falar no prejuízo com a emissão de créditos de carbono, tão importantes para o nosso estado. Nossas ações estão sendo assertivas no combate a este tipo de crime – disse o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.

A ação que investiga as queimadas ilegais foi chamada de Operação Curupira e conta com a participação a Secretaria Estadual do Ambiente (Seas) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Conforme a Polícia Civil, desde que os incêndios começaram a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e unidades distritais do interior realizaram diligências para identificar quais queimadas foram criminosas e quem eram os responsáveis por elas.

 

Na última segunda-feira, agentes foram à Região Serrana para reprimir as ações incendiárias em Petrópolis e Itaipava. Uma equipe do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fez perícias em três pontos de início das chamas. Os policiais conseguiram identificar um adolescente, de 13 anos, que compareceu à delegacia acompanhado de seu pai. O jovem, segundo a Polícia Civil, admitiu ter ocasionado o fogo que devastou grandes áreas de vegetação em Pedro do Rio e Secretário. O crime teria sido cometido pelo jovem após uma briga em família.

 

Agentes fizeram diligências, ouviram testemunhas e analisaram imagens de câmeras de segurança também na região da Vila Inglesa, ainda em Petrópolis, e no Parque Nacional da Serra da Tiririca, em Niterói, na Região Metropolitana.

 

Dois dias depois, uma ação integrada da DPMA com a 91ª DP (Valença) resultou na captura de um homem de 61 anos, flagrado em vídeo ateando fogo na área de proteção ambiental da Serra da Beleza, às margens da Rodovia RJ-143, na altura do quilômetro 52. Com Sebastião Cloves da Silva, foram encontrados a motocicleta, as roupas e o capacete que usava quando praticou o crime.

 

As investigações iniciais apontam que Sebastião teria ateado fogo após se desentender com o dono de uma fazenda da região, que fica perto da Serra da Beleza. O preso preferiu ficar em silêncio a prestar depoimento. Testemunhas confirmaram aos agentes que Sebastião teria ingerido bebida alcoólica e ateado fogo na propriedade por vingança. Ele e o patrão já tinham um histórico de desavenças.

 

A Operação Curupira é coordenada pela subsecretária de Planejamento e Integração Operacional (SSPIO), por meio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI).

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