Redação
A iminente derrota definitiva do ex-governador Luiz Fernando Pezão no recurso que seus advogados deram entrada tentando reverter uma condenação, do tempo em que ele esteve à frente do governo do estado, está agitando a cidade de Piraí, no Sul fluminense. Como se sabe, Pezão pretende se candidatar nas eleições deste ano a prefeito do município que governou por duas vezes. Mas, para isso, ele precisa reverter o placar que até agora está 5 a 0 pela manutenção da condenação. O julgamento deve ser retomado na próxima semana, e restam apenas dois desembargadores para votar. Se não tiver êxito, o ex-governador permanecerá inelegível por cinco anos.
“É uma situação bastante delicada, praticamente irreversível, tendo em vista que cinco, dos sete magistrados, já votaram pela manutenção da pena imposta a Pezão. Com isso, quem mais pode se beneficiar desse revés é o candidato Arthur Tutuca (PRD), irmão do secretário de estado de Turismo, Gustavo Tutuca”, analisa um experiente analista da política fluminense.
Arthur Tutuca é filho do lendário prefeito Arthur Henrique Gonçalves Tutuca, que morreu em 2022, aos 73 anos. Ele assumiu a condição de pré-candidato a prefeito recentemente, em substituição ao atual prefeito Ricardo Passos, que desistiu da candidatura à reeleição. Na ocasião, pesquisas já apontavam Arthur Tutuca com mais chances de vitória, o que vem se consolidando nos últimos dias.
A condenação de Pezão remonta aos anos de 2014 e 2015, quando ele era governador do estado. De acordo com o Ministério Público, ele não aplicou na Saúde o mínimo de recursos estabelecido por lei, ou seja, 12%. Para os promotores, a situação caótica da saúde pública no Estado na ocasião foi uma “opção política e ímproba” de Pezão ao “não priorizar os serviços de saúde pública”. A defesa do ex-governador argumentou à época que a retração na aplicação de verbas na saúde se deveu à grave crise econômica vivida pelo estado naquele momento.