Redação EstúdioB
Mais do que causar perplexidade a todos, o recente anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL) pretende apoiar o candidato do prefeito Rogério Lisboa (PP) para prefeito de Nova Iguaçu, a inesperada mexida nas peças deixou o eleitorado de direita da cidade e, muito especialmente, do ex-presidente Bolsonaro, sem pai nem mãe. Isso porque, lembram, não podem trair a si mesmo e votar num candidato que seja pupilo de Lisboa, esquerdista histórico e defensor do presidente Lula.
Por outro lado, caciques da política iguaçuana que poderiam angariar esses votos resolveram lavar as mãos, como os deputados estaduais Anderson Moraes (PL), Felipinho Ravis (Solidariedade), Doutor Deodalto (PL), Delegado Carlos Augusto(PL), Elton Cristo (PP) e os federais Doutor Luizinho (PP), Hélio Negão (PL), Juninho do pneu (União) e Rosangela Gomes (Republicanos). Na direita, dizem, não sobrou ninguém.
“Uns se venderam por muito, outros por migalhas. Esta semana mesmo o tal do Felipinho, que nem sabia que era deputado, saiu de campo depois de uma conversinha com o prefeito e com Doutor Luizinho. Desconfio que tenha sido por algo muito interessante, claro. A verdade é que nós, que votamos no presidente Bolsonaro, estamos órfãos aqui em Nova Iguaçu e não sabemos em quem votar este ano para prefeito”, diz Antônio de Oliveira, morador do Centro.
Assim como seu Antônio, outros eleitores se dizem revoltados com a omissão dos parlamentares eleitos por Nova Iguaçu ante o que qualificam como desastre promovido pelo atual prefeito. Sérgio da Silva lembra que na votação presidencial, Bolsonaro superou Lula com folgas em Nova Iguaçu. Ele diz desconfiar de que o ex-presidente esteja sendo passado para trás nessas tratativas eleitorais.
“Eu duvido que o Bolsonaro assine embaixo de uma safadeza dessas. O Flávio não poderia nunca apoiar o candidato do Rogério. Ou ele se esqueceu que Rogério sempre viveu de amores com o PT, apoiou Lindbergh Farias para prefeito e foi secretário municipal quando o petista foi prefeito?”.
Seja como for, a falta de um legítimo representante da direita pode fazer com que esses votos migrem para um candidato que ainda não tenha despontado nas pesquisas. Outros analistas avaliam que, dados os índices de desaprovação de Rogério e a insignificância de Dudu Reina, seu candidato a prefeito, o pleito está aberto.
“Ouso dizer que se o Lindbergh se candidatasse aqui, com este cenário, levaria no primeiro turno. É isso que apavora o Rogério e seu bando. Nós, que somos de direita, certamente não votaremos em quem ele apoiar”, conclui Sônia Regina, moradora da Posse.