25 novembro 2024 - 12:49

A volta dos trombadinhas dos anos 90 está despertando um alerta social

Marcelo Benchimol foi agredido durante assalto em Copacabana — Foto: Domingos Peixoto

EstudioB

As recentes e lamentáveis cenas de hordas de bandidos atacando pedestres pelas ruas do Centro e da Zona Sul do Rio podem ser novidade para os incautos ou para quem nasceu depois da década dos anos 80. Porque essa estratégia dos bandidos, na maioria das vezes menores de idade, e com inimputabilidade, era usada em larga escala pelos criminosos mirins daqueles anos. Os chamados trombadinhas agiam igualzinho aos de agora, em grupos, para atordoar a vítima e furtá-la.

“É a mesma coisa do passado, eles agem de maneira idêntica. Lá atrás teve a Chacina da Candelária, muito por conta disso, de os trombadinhas agirem no Centro do Rio. Agora, se não abrirem os olhos, teremos outra situação dessas. A sociedade cansou de esperar a polícia”, conta um delegado experiente.

Para conter essa onda de crimes praticados pelos trombadinhas de hoje, a Secretaria de Segurança Pública pretende reforçar o esquema de policiamento nas áreas mais visadas, sobretudo neste período de férias, quando a cidade costuma receber muitos turistas. Morador de Copacabana, Sérgio Figueiredo conta que já passou da hora de a polícia agir com rigor. Mas ele defende, ainda, uma atuação mais enérgica da Justiça.

“Eu vi aquele senhor sendo abordado, levando um soco e desmaiando aqui no meu bairro, sábado passado. A polícia precisa aumentar seu efetivo nessas regiões, mas a Justiça também não pode soltar esses vagabundos logo depois de eles serem presos, né?”.

Levantamento da Secretaria de Governo do Rio (Segov), revela que, de 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, só em Copacabana, houve 70 prisões e apreensões de pessoas por crime de furto ou roubo. Deste total, 48 eram adultos que já tinham passagem pela polícia, enquanto nove eram adolescentes reincidentes, portanto, 68,6% de reincidência.

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