EstudioB
Em time que está ganhando, não se mexe. Essa máxima do futebol parece que vem sendo utilizada pelo prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP). Pelo menos é o que se supõe de um mandatário que passou os quase oito anos à frente da Prefeitura sempre com a mesma postura: dando de ombros para tudo e qualquer coisa que possa tirar o seu sossego e o faça trabalhar. O comportamento mais recente nesta linha refere-se à sucessão municipal, daqui a um ano.
“Ele simplesmente não está nem aí. A cidade está abandonada, nada acontece, não se vê coisa alguma da sua gestão, mas ele parece estar sentado nos índices de popularidade que, estranha e absurdamente, ainda possui”, conta uma raposa da política iguaçuana, que inclusive já integrou o governo de Lisboa.
Enquanto Lisboa parece dormir no ponto, lideranças políticas que almejam sua cadeira estão inquietas. Ninguém sabe, ao certo, quem o prefeito apoiará nas eleições de 2024. Dudu Reina, o insosso presidente da Câmara de Vereadores, subserviente ao mandatário, não esconde de ninguém que quer ser prefeito. Mas até mesmo seu padrinho desconfia de que ele não possa decolar quando o jogo começar pra valer. Já o deputado federal Juninho do Pneu (União) é outro que pode até acalentar o sonho, mas dada a sua completa inaptidão para o cargo ficaria difícil imaginar que a população escolheria um político que tem boca, mas não fala.
O superpoderoso Luizinho (PP), que acaba de deixar a Secretaria estadual de Saúde para virar mais um deputado federal, numa manobra estranha e que suscita comentários maldosso de que ele foi em busca de uma blindagem diante dos recentes escândalos que cercam o seu nome, é mais um que manifesta aos quatro cantos contrariedade com a aparente calma de Lisboa. Para Luizinho, aliado de primeira grandeza do governo municipal, o prefeito já deveria ter acenado com algum nome. Ele confidenciou a um amigo próximo que teme pela estratégia de Lisboa dar errado, tendo em vista que há muitos candidatos já se mexendo.
Seja como for, existem outros nomes menos cotados, mas que podem fazer barulho caso venham candidatos, como o deputado estadual Filipinho Ravis (Solidariedade) e o empresário Clébio Jacaré. Este último vem falando para quem quiser ouvir que deverá mesmo enfrentar o indicado por Lisboa nas urnas. Para quem teve uma expressiva votação nas recentes eleições, nao custa duvidar do capital político de alguém que já mostrou competência na iniciativa privada.